lembranças e saudades que guardava como tesouros




Ela o esperaria até o fim da sua vida. Sabia que essa espera teria outros nomes: impotência, resignação, solidão. Mas ela preferia chamar de fé.

Ela sabia também que era linda a sua história. Gostava dessa espera, não a tinha por vazia. Que companhia era melhor que o sonho?

Era feliz também por ter ganhado muitos presentes, todos intangíveis, que nunca poderiam ser levados de volta. Seriam seus para sempre.

E se cada nova manhã lhe trazia a possibilidade ainda que remota de vê-lo ou ouvi-lo, então ela era muito feliz.

Todas as possibilidades estão presentes num novo dia, ela pensava. – Então minha história está repleta de você.

Trocaria de vida com alguém mais feliz? Pensa que não. Ela não teria as lembranças e saudades que guardava como tesouros.