lembranças e saudades que guardava como tesouros




Ela o esperaria até o fim da sua vida. Sabia que essa espera teria outros nomes: impotência, resignação, solidão. Mas ela preferia chamar de fé.

Ela sabia também que era linda a sua história. Gostava dessa espera, não a tinha por vazia. Que companhia era melhor que o sonho?

Era feliz também por ter ganhado muitos presentes, todos intangíveis, que nunca poderiam ser levados de volta. Seriam seus para sempre.

E se cada nova manhã lhe trazia a possibilidade ainda que remota de vê-lo ou ouvi-lo, então ela era muito feliz.

Todas as possibilidades estão presentes num novo dia, ela pensava. – Então minha história está repleta de você.

Trocaria de vida com alguém mais feliz? Pensa que não. Ela não teria as lembranças e saudades que guardava como tesouros.

pena que Jesus não está aqui pra almoçar comigo



"Jesus virando-se em meio à multidão, inquiriu: “Quem tocou em meu manto?" S.Marcos.

No mesmo momento, ao sentir que do seu interior fora liberado poder, Jesus virando-se em meio à multidão, inquiriu: Quem tocou em meu manto?

“Minha filha, a tua fé te salvou! Vai-te em paz e estejas liberta do teu sofrimento”.

Men-tirinhas. Acho que hoje vamos de Mentirinhas novamente. Tirinhas de massa de pastel fritas em óleo bem quente. Com Amarula caseira.

(1 lata de leite condensado, 2 caixas de creme de leite, 1 medida (lata de leite condensado) de conhaque, 3 colheres cheias (sopa) de chocolate em pó.) No meu caso especial de sofrimento ortodôntico, 50 gotas de paracetamol não é opcional.

Talvez eu asse cebolas, batatas e linguiças. Talvez coma só as cebolas.

Um dia quero preparar o coelho que Pilar fez para os homens em Por quem os sinos dobram, de Hemingway. Cozido com cebolas e pimentões verdes, e ervilhas em molho de vinho tinto. Para comer acompanhado de pão e vinho.

Ou o desjejum que Scarlet O'Hara não queria: broinhas de fubá molhadas no caldo de presunto, com batatas doces.

O que eu tenho vontade de experimentar mesmo é Hidromel. Mas aí teria que ser a dois, aquela coisa velas acesas e aquele perfume que guardo só para momentos perturbadores.

Voltando a Pilar, cozinhar para homens em meio a uma guerrilha devia ser bom demais. Ela cozinhava e instruía Maria em coisas de amor. E isso numa caverna nas montanhas!

Mas chega de pensar. Vou cuidar de meu almoço em paz, minha fé me salvou, estou liberta do meu sofrimento. Pena que Jesus não está aqui pra almoçar comigo.